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13 de dez. de 2010

Era um vício e talvez você não entendesse nada olhando para ela. Uma moça bonita, uma moça tão paparicada, uma moça tão menina. Ela tinha homens lhe oferecendo carinho em bandejas de ouro. Mas talvez você entendesse a moça se mergulhasse fundo nas estranhezas do espírito e lembrasse de um dia em que se excitou com algo doloroso: um amor proibido qualquer, uma falta de telefonema qualquer, um fechar de rosto e um olhar sombrio no lugar de semblantes rosados de amor. Quando o amor é falso, a mágoa é tão grande que você o trai amando justamente a falta dele. Ou nem precisa tanto, talvez você entendesse a moça se algo tão preenchedor rasgasse seus orgulhos, suas certezas, suas dignidades.

Tati Bernardi

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