18 de jul. de 2011
"(...)Claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira,
a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero
chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só
umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não
mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem
bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho
nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo
banho frio, leite quente com mel de eucalipto, gin-seng e lexotan,depois
deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a ban-chá e arroz
integral, absolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa,
depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina
ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca
qualquer choramingando coisas do tipo
preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá,
até o sol pintar atrás daqueles edifícios, não vou tomar nenhuma medida
drástica, a não ser continuar, tem coisa mais destrutiva que insistir
sem fé nenhuma?”
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